… um álbum que todo guitarrista deveria ter na cabeceira. Bom gosto, groove, feeling e a influência nítida de Frank Zappa nas mãos de Vai. Essa música foi uma que me pegou de jeito. Fazer bons riffs é para poucos.
Steve Vai – “Viv Woman”
… um álbum que todo guitarrista deveria ter na cabeceira. Bom gosto, groove, feeling e a influência nítida de Frank Zappa nas mãos de Vai. Essa música foi uma que me pegou de jeito. Fazer bons riffs é para poucos.
Steve Vai – “Viv Woman”
See me
Feel me
Touch me
Heal me
Listening to you
I get the music
Casing at you
I get the heat
Following you
I climb the mountain
I get excitement at your feet
Right behind you
I see the millions
On you
I see the glory
From you
I get opinions
From you
I get the story
The Who
Na mais medonha das trevas
Acabei de despertar
Soterrado sob um túmulo.
De nada chego a lembrar
Sinto meu corpo pesar
Como se fosse de chumbo.
Não posso me levantar
Debalde tentei clamar
Aos habitantes do mundo.
Tenho um minuto de vida
Em breve estará perdida
Quando eu quiser respirar.
Meu caixão me prende os braços.
Enorme, a tampa fechada
Roça-me quase a cabeça.
Se ao menos a escuridão
Não estivesse tão espessa!
Se eu conseguisse fincar
Os joelhos nessa tampa
E os sete palmos de terra
Do fundo à campa rasgar!
Se um som eu chegasse a ouvir
No oco deste caixão
Que não fosse esse soturno
Bater do meu coração!
Se eu conseguisse esticar
Os braços num repelão
Inda rasgassem-me a carne
Os ossos que restarão!
Se eu pudesse me virar
As omoplatas romper
Na fúria de uma evasão
Ou se eu pudesse sorrir
Ou de ódio me estrangular
E de outra morte morrer!
Mas só me resta esperar
Suster a respiração
Sentindo o sangue subir-me
Como a lava de um vulcão
Enquanto a terra me esmaga
O caixão me oprime os membros
A gravata me asfixia
E um lenço me cerra os dentes!
Não há como me mover
E este lenço desatar
Não há como desmanchar
O laço que os pés me prende!
Bate, bate, mão aflita
No fundo deste caixão
Marca a angústia dos segundos
Que sem ar se extinguirão!
Lutai, pés espavoridos
Presos num nó de cordão
Que acima, os homens passando
Não ouvem vossa aflição!
Raspa, cara enlouquecida
Contra a lenha da prisão
Pesando sobre teus olhos
Há sete palmos de chão!
Corre mente desvairada
Sem consolo e sem perdão
Que nem a prece te ocorre
À louca imaginação!
Busca o ar que se te finda
Na caverna do pulmão
O pouco que tens ainda
Te há de erguer na convulsão
Que romperá teu sepulcro
E os sete palmos de chão:
Não te restassem por cima
Setecentos de amplidão!
Vinícius de Moraes
“I'll always remember
Those were the best of times
A lifetime together
I'll never forget”
Dream Theater – “The Best of Times”
Hoje voltando para casa me deu uma saudade enorme de você, meu velho. Lembrei daquele show da minha primeira banda, em que você, sem avisar nada apareceu e, sem dizer uma palavra, deixou claro seu orgulho ao me ver tocando. Eu também nunca pude lhe dizer isso, mas fiquei muito feliz de ter você ali comigo. Você foi o grande responsável pelo meu gosto musical, por me deixar mexer naquela vitrola antiga, ouvir seus discos que iam de “Trio Nordestino” até “Ivan LIns”. Sem contar, é lógico, do meu primeiro violão. Lembro direitinho do dia, da loja, e da felicidade que tive ao poder tocar em meu próprio instrumento. Sei que muitos não entendem o que é a música para mim, mas você eu sei que entendia. Espero que esse blog possa ser lido no céu…
Engraçado ver essa galera da pesada fazendo essa música pop.
John Wetton – baixo, vocal
Allan Holdsworth – guitarra
Bill Bruford – bateria
Eddie Jobson – teclado
UK – “In The Dead of Night”
“And in the end,
The love you take
Is equal to
The love you make.” The Beatles
- Papai, a pizza está impedida de ir para São Paulo hoje?
- Por que Clara?
- Porque está escrito ali: Rodízio de Pizza!
Canto Livre
Desse mundo que
Nada vou querer
Só meu canto é livre
Porque
Ando sem saber
Sem nem mesmo ter
Tempo pra poder amar
Você
Palco iluminado
Roupas coloridas
É mais um show
Que eu faço sem
Você
Olhando para cada menininha
Querendo que ali estivesse a minha
Caio na realidade
E choro em meu canto
Dessa multidão
Prisioneiro sou
Só meu canto é livre
Eu vou
Nesse mundo que
Ando sem saber
Sem tempo pra poder amar
Você
Nasce um sentimento
Cresce em meio ao pranto
E se levantar te ensinou
E vai
O amor que nasce agora entre a gente
Quebrando esse tabu indiferente
Vivendo em nossa América
É livre o amor
Abraço meu
Palco abandonado
Onde nós sobrevivemos virgens
À crescer
À aprender
Tudo foi um sonho
Encoberto de rosas selvagens
Agora eu sei
Eu acordei
Desse mundo que
Nada vou querer
Só meu canto é livre
Porque
Dessa multidão
Prisioneiro sou
Só meu canto é livre
Eu vou
Casa das Máquinas
“Adoniran Barbosa é um grande compositor e poeta popular, expressivo como poucos; mas não é Adoniran nem Barbosa, e sim João Rubinato, que adotou o nome de um amigo do Correio e o sobrenome de um compositor admirado. A idéia foi excelente, porque um artista inventa antes demais nada a sua própria personalidade; e porque, ao fazer isto, ele exprimiu a realidade tão paulista do italiano recoberto pela terra e do brasileiro das raízes européias. Adoniran é um paulista de cerne que exprime a sua terra com a força da imaginação alimentada pelas heranças necessárias de fora.
Já tenho lido que ele usa uma língua misturada de italiano e português. Não concordo. Da mistura, que é o sal da nossa terra, Adoniran colheu a flor e produziu uma obra radicalmente brasileira, em que as melhores cadências do samba e da canção, alimentadas inclusive pelo terreno fértil das Escolas, se alia com naturalidade às deformações normais de português brasileiro, onde Ernesto vira Arnesto, em cuja casa nós fumo e não encontremo ninguém, exatamente como por todo esse país. Em São Paulo, hoje, o italiano está na filigrana.
A fidelidade à música e à fala do povo permitiram a Adoniran exprimir a sua Cidade de modo completo e perfeito. São Paulo muda muito, e ninguém é capaz de dizer aonde irá. Mas a cidade que nossa geração conheceu (Adoniran é de 1910) foi a que se sobrepôs à velha cidadezinha caipira, entre 1900 e 1950; e que desde então vem cedendo lugar a uma outra, transformada em vasta aglomeração de gente vinda de toda parte. A nossa cidade, que substituiu a São Paulo estudantil e provinciana, foi a dos mestres-de-obra italianos e portugueses, dos arquitetos de inspiração neo-clássica, floral e neo-colonial, em camadas sucessivas. São Paulo dos palacetes franco-libaneses do Ipiranga, das vilas uniformes do Brás, das casas meio francesas de Higienópolis, da salada da Avenida Paulista. São Paulo da 25 de março dos sírios, da Caetano Pinto dos espanhóis, das Rapaziadas do Brás, na qual se apurou um novo modo cantante de falar português, como língua geral na convergência dos dialetos peninsulares e do baixo-contínuo vernáculo. Esta cidade que está acabando, que já acabou com a garoa, os bondes, o trem da Cantareira, o Triângulo, as Cantinas do Bexiga, Adoniran não a deixará acabar, porque graças a ele ela ficará, misturada vivamente com a nova mas, como o quarto do poeta, também "intacta, boiando no ar."
A sua poesia e a sua música são ao mesmo tempo brasileiras em geral e paulistanas em particular. Sobretudo quando entram (quase sempre discretamente) as indicações de lugar, para nos porem no Alto da Mooca, na Casa Verde, na Avenida São João, na 23 de Maio, no Brás genérico, no recente metrô, no antes remoto Jaçanã. Quando não há esta indicação, a lembrança de outras composições, a atmosfera lírica cheia de espaço que é a de Adoniran, nos fazem sentir por onde se perdeu Inês ou onde o desastrado Papai Noel da chaminé estreita foi comprar Bala Mistura: nalgum lugar de São Paulo. Sem falar que o único poema em italiano deste disco nos põe no seu âmago, sem necessidade de localização.
Com os seus firmes 65 anos de magro, Adoniran é o homem da São Paulo entre as duas guerras, se prolongando na que surgiu como jibóia fuliginosa dos vales e morros para devorá-la. Lírico e sarcástico, malicioso e logo emocionado, com o encanto insinuante da sua anti-voz rouca, o chapeuzinho de aba quebrada sobre a permanência do laço de borboleta dos outros tempos, ele é a voz da Cidade. Talvez a borboleta seja mágica; talvez seja a mariposa que senta no prato das lâmpadas e se transforma na carne noturna das mulheres perdidas. Talvez João Rubinato não exista, porque quem existe é o mágico Adoniran Barbosa, vindo dos carreadores de café para inventar no plano da arte a permanência da sua cidade e depois fugir, com ela e conosco, para a terra da poesia, ao apito fantasmal do trenzinho perdido da Cantareira."
Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala Mangueira! Fala!
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E - xeque-mate - explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
(- Será que ele está no Pão de Açúcar?
- Tá craude brô
- Você e tu
- Lhe amo
- Qué queu te faço, nego?
- Bote ligeiro!
- Ma'de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
- Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
- I like to spend some time in Mozambique
- Arigatô, arigatô!)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem.
Caetano Veloso
Felizmente conheci a tempo o “Lado Negro da Força”.
Alunos do ITB nas palestras sobre o Ano Internacional da Química – Fapesp
Merely by chance
Very unsuspected
You caught my heart
Unprotectin' me
Now I'm fallin in love with you
Just when I thought
I was free and easy
You came along
To me soft and breezy
Now I've fallen in love with you
Woo hoo
I've fallen in love with you
And for the first time in my life
I know what it's like to be a happy man
Happy man
And for the first time in my life
You've given me something I can understand
Bein' a happy man
Be with me now
Love me forever
Leavin' you lady
Was something that I'd never do
I've fallen in love with you
All of my life it seems I have waited
Now I can say all these words I have stated are true
I've fallen in love with you
Woo hoo
Fallen in love with you
Woo hoo
Chicago
Uma luz me atrai
Um rosto, um véu que cai
Na nudez deste momento
Descubro que sou capaz
De sentir e de seguir
A voz do coração
Saber por onde ir
Me dê sua mão
Ninguém é uma ilha
Perdida, sem conexão
Existem continentes
Que vêm em nossa direção
Quero apenas te ajudar
Sair da solidão
É só acreditar
Me dê sua mão
Há muito mais
Rolando atrás
Do que se pode ver
A intensão
Existe e vem
De encontro ao coração
Taffo