sábado, 30 de março de 2013

Som de Gente Grande

Um dos monstros do Progressivo. Tenho tudo e mais um pouco desses caras. O trabalho vocal é divino.

Gentle Giant – “Advent of Panurge” live

sexta-feira, 29 de março de 2013

quinta-feira, 28 de março de 2013

terça-feira, 26 de março de 2013

Canção

Fiz um poema sobre o nada:
Não é de amor nem é de amada,
Não tem saída nem entrada,
Ao encontrá-lo,
Ia dormindo pela estrada
No meu cavalo.
Eu não sei quando fui gerado:
Não sou alegre nem irado,
Não sou falante nem calado,
Nem faço caso,
Aceito tudo que me é dado
Como um acaso.
Não sei quando é que adormeci,
Quando acordei também não vi,
Meu coração quase parti
Com o meu mal,
Mas eu não ligo nem a ti,
Por São Marcial.
Estou doente e vou morrer,
Não sei de quê, ouvi dizer,
A um médico vou recorrer,
Mas não sei qual,
Será bom se me socorrer
E se não, mau.
Tenho uma amiga, mas quem é
Não sei nem ela sabe e até
Nem quero ver, por minha fé,
Pouco me importa
Se há normando ou francês ao pé
Da minha porta.
Eu não a vi e amo a ninguém
Que não me fez nem mal nem bem
E nem me viu. Isso, porém,
Tanto me faz,
Que eu sei de outra, entre cem,
Que vale mais.
Finda a canção, não sei de quem,
Irei passá-la agora a alguém
Que a passará ainda além
A amigo algum,
Que logo a passará também
A qualquer um.

Guilhem de Peitieu

segunda-feira, 25 de março de 2013

Dias Vermelhos

Hoje o dia não amanheceu E eu não vi nada Ou não queria ver?

Nem as tardes de verão Não eram mais vermelhas Como eram as de então

E quantas vezes me peguei Caminhando pros seus braços Me perdi e tropecei

Confuso nos próprios passos Quantos dias ainda virão Sem nos tornarmos aço?

Esperando que nascesse Flores no asfalto Poeira e ácido E quantas vezes eu errei

Olhando pro passado Me perdi e tropecei Confuso nos próprios passos

Quantos dias ainda virão Sem nos tornarmos aço? Esperando que nascesse

Flores no asfalto Poeira e ácido E quantas vezes eu errei Olhando pro passado

Me perdi e tropecei Confuso nos próprios passos E quantas vezes me peguei

Caminhando pros seus braços Me perdi e tropecei Confuso nos próprios passos.

Uns e Outros

domingo, 24 de março de 2013

There is a light that never goes out

Take me out tonight
Where there's music and there's people
And they're young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Anymore


Take me out tonight
Because I want to see people and I
Want to see life
Driving in your car
Oh, please don't drop me home
Because it's not my home, it's their
Home, and I'm welcome no more


And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine


Take me out tonight
Take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
And in the darkened underpass
I thought Oh God, my chance has come at last
(But then a strange fear gripped me and I
Just couldn't ask)


Take me out tonight
Oh, take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one, da ...
Oh, I haven't got one


And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine


Oh, There Is A Light And It Never Goes Out

 

The Smiths

quinta-feira, 21 de março de 2013

Uma Mendiga Ruiva

Branca de cabelos ruivos,
Cujos furos do vestido
Deixam ver a pobreza
E a beleza,

Para mim, poeta pobre,
Teu jovem corpo doente,
Tão farto de sardas,
Tem sua doçura.

Andas mais elegante
Que rainha de romance
Seus coturnos de veludo
Teus grossos tamancos.

Em vez de trapos curtos,
Qu'um soberbo traje de côrte
Vista longas dobras trêmulas
Até os teus pés;

Em vez de meias poídas,
Que para os olhares vis
Sobre tua perna reluza
Um punhal de ouro;

Que os nós mal apertados
Desvelem ao nosso pecar
Teus belos seios, radiosos
Tais duas pupilas;

E para te desnudar
Teus braços se fazem prestes
E sacodem assim teimosos
Os dedos travessos,

Pérolas as mais belas
Sonetos do mestre Belleau
Pois teus galantes cativos
Sempre ofereçam,

Cortejo de rimadores
Te dediquem seus primores
E contemplem tua sandália
Sobre o degrau,

Amantes ao acaso, pagens,
Senhores e vários Ronsard
Espiando para o prazer
Teu fresco reduto!

E contarás em teu leito
Mais beijos do que lírios
E deixarás sob tuas leis
Mais que um Valois!

- Contudo, vais esmolando
Algum velho trapo caído
Na soleira de um Véfour
Rua à fora;

Vais espiando de soslaio
As jóias de bijouteria
As quais não posso, perdoa!
Te oferecer.

Vem então sem enfeites,
Perfume, pérolas, diamante,
Em tua magra nudez,
Ó belezura!

Baudelaire

terça-feira, 19 de março de 2013

A uma passante

    A rua em derredor era um ruído incomum,
    longa, magra, de luto e na dor majestosa,
    Uma mulher passou e com a mão faustosa
    Erguendo, balançando o festão e o debrum;

    Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
    Eu bebia perdido em minha crispação
    No seu olhar, céu que germina o furacão,
    A doçura que embala o frenesi que mata.

    Um relâmpago e após a noite! — Aérea beldade,
    E cujo olhar me fez renascer de repente,
    So te verei um dia e já na eternidade?

    Bem longe, tarde, além, jamais provavelmente!
    Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,
    Tu que eu teria amado — e o sabias demais!

      Charles Baudelaire

segunda-feira, 18 de março de 2013

sábado, 16 de março de 2013

:`-)

Dici che il fiume, Trova la via al mare, E come il fiume, Giungerai a me, Oltre i confini,  E le terre assetate,  Dici che come fiume,  Come fiume...

L'amore giungerà L'amore... E non so più pregare, E nell'amore non so più sperare

E quell'amore non so più aspettare

U2 & Pavarotti – “Miss Sarajevo” ao vivo

sexta-feira, 15 de março de 2013

Elogio do esquecimento

Bom é o esquecimento!
Senão como se afastaria o filho
da mãe que o amamentou?
Que lhe deu a força dos membros
e o impede de experimentá-la.
Ou como deixaria o aluno
o professor que lhe deu o saber?
Quando o saber está dado
o aluno tem de se pôr a caminho.
Para a velha casa
mudam-se os novos moradores.
Se os que a construíram ainda lá vivessem
a casa seria pequena demais.
O forno esquenta. Já não se sabe
quem foi o oleiro. O plantador
não reconhece o pão.
Como se levantaria pela manhã o homem
sem o deslembrar da noite que desfaz o rastro?
Como se ergueria pela sétima vez
aquele derrubado seis vezes
para lavrar o chão pedregoso, voar
o céu perigoso?
A fraqueza da memória
dá força ao homem.

Bertolt Brecht

quinta-feira, 14 de março de 2013

Estou empolgado, feliz, animado,…

…revivendo bons momentos e antigos álbuns

King Crimson – “Lizard part 1”

terça-feira, 12 de março de 2013

terça-feira, 5 de março de 2013

Pero Garcia Burgalês

Ai eu coitad! E por que vi
a dona que por meu mal vi!
Ca Deus lo sabe, poila vi,
nunca já mais prazer ar vi;
ca de quantas donas eu vi,
tam bõa dona nunca vi.


Tam comprida de todo bem,
per boa fé, esto sei bem,
se Nostro Senhor me dê bem
dela! Que eu quero gram bem,
per boa fé, nom por meu bem!
Ca pero que lh’eu quero bem,
non sabe ca lhe quero bem.

Ca lho nego pola veer,
pero nona posso veer!

Mais Deus, que mi a fezo veer,
rogu’eu que mi a faça veer;
e se mi a non fazer veer.
Sei bem que non posso veer
prazer nunca sem a veer.


Ca lhe quero melhor ca mim,
pero non o sabe per mim,
a que eu vi por mal de mi[m].


Nem outre já, mentr’ eu o sem
houver; mais s perder o sem,
dire[i]-o com mingua de sem;


Ca vedes que ouço dizer
que mingua de sem faz dizer
a home o que non quer dizer!

segunda-feira, 4 de março de 2013

domingo, 3 de março de 2013

sexta-feira, 1 de março de 2013

Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

Vinícius de Moraes