Sigur Rós – Milanó
segunda-feira, 29 de abril de 2013
domingo, 28 de abril de 2013
sábado, 27 de abril de 2013
Camisa Vermelha
desilhei meu coração!
vou pôr flor no cabelo da nega
vou beijar aquela boca
não quero mais solidão!
vou comprar uma camisa vermelha
quero um cacho de mãos
uma porção de trigos
quero um maço de beijos
uma canção de trigos
quero um colar de miçangas
um amor acolhido
quero uma guia de santo
um pedido atendido
eu desilhei meu coração!
quero um maço de mãos
uma porção de figos
quero um cacho de beijos
uma canção de trigos
quero um colar de miçangas
um amor acolhido
quero uma guia de santo
um pedido atendido
eu desilhei meu coração!
Zé Modesto
quinta-feira, 25 de abril de 2013
O Capoeira
- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada
Oswald de Andrade
quarta-feira, 24 de abril de 2013
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Setembro
Agora é setembro
e não adianta afogar as minhas mágoas
depois que elas aprendem a nadar
Agora é novembro
o sol me castiga
mas o calor vem de outro lugar
Se você quisesse
Se você tentasse
Se você procurasse
Se você precisasse
Se você soubesse
Se você insistisse
estaria aqui...
Agora é inverno
ninguém desconfia
do que existe por trás
de um sorriso perfeito
De novo é novembro
o tempo me faz companhia
quando eu me deito...
Se você quisesse
Se você tentasse
Se você procurasse
Se você precisasse
Se você soubesse
Se você insistisse
estaria aqui...
Nada me comove
nada me distrai
Eu não sinto nada
nada demais
Se você quisesse
Se você tentasse
Se você procurasse
Se você precisasse
Se você soubesse
Se você insistisse
estaria aqui...
Leila Pinheiro
domingo, 21 de abril de 2013
Em uma conversa com um grande amigo…
“…como o jogo muda em 365 dias não é?
às vezes dói ver a pessoa ir embora da mesa da vida,
mas lembre-se: se ela não levantar e ir, nunca outra pessoa poderá sentar.
Gente mala tem que cair fora pra dar lugar pra quem realmente fica”
Isso mesmo Betão, Papai do Céu é Justo!
Sagarana
"Era assim uma cantiga sorumbática, desfeliz que nem saudade em coração de gente ruim... Mas linda, linda como alegria chorando, uma alegria judiada, que ficou triste de repente."
Guimarães Rosa
sábado, 20 de abril de 2013
Garoa do Meu São Paulo
Garoa do meu São Paulo,
-Timbre triste de martírios-
Um negro vem vindo, é branco!
Só bem perto fica negro,
Passa e torna a ficar branco.
Meu São Paulo da garoa,
-Londres das neblinas finas-
Um pobre vem vindo, é rico!
Só bem perto fica pobre,
Passa e torna a ficar rico.
Garoa do meu São Paulo,
-Costureira de malditos-
Vem um rico, vem um branco,
São sempre brancos e ricos...
Garoa, sai dos meus olhos.
Mário de Andrade
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Ouvi umas 20 vezes essa semana…
Isso é que é swing. Uma semana cheia de notícas e situações confusas… mistura de liberdade. tristeza, raiva, fé, insegurança, desânimo, insatisfação, vontade, realização, liberdade, esperança, alegria… bom, sei lá. Viva a música, que realmente é o que me liberta desse mundo maluco!
Cannonball Adderley Quintet – “Walk Tall” live in Chicago
quarta-feira, 17 de abril de 2013
E agora, José?
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 16 de abril de 2013
Para começar a virada…
Peter Gabriel, sempre ele! A bateria de Manu Katche e o baixo de Tony Levin dão um molho especial à música de PG.
Peter Gabriel – “Red Rain” Live
segunda-feira, 15 de abril de 2013
O Samba de Maria Luiza
É do cabelo amarelo
Dos óio cor de chuchu
Quando eu virar gente grande
Me caso logo com tu
O samba de Maria Luiza
O samba de Maria Luiza
O samba de Maria Luiza é bonito pra chuchu
O samba de Maria Luiza é bonito pra chuchu
Ela canta e ela dança, menina
O samba da Marilu, Marilu, Marilu, Marilu
O samba de Maria Luiza é bonito como o quê
E é por isso que o papai
Já tá apaixonado por você
Tá apaixonado por você Maria Luiza
Tom Jobim
domingo, 14 de abril de 2013
Cabo Machado
Cabo Machado é cor de jambo.
Pequenino que nem todo brasileiro que se preza.
Cabo Machado é moço bem bonito.
É como si a madrugada andasse na minha frente.
Entreabre a boca encarnada num sorriso perpétuo
Adonde alumia o Sol de oiro, dos dentes
Obturados com um luxo oriental.
Cabo Machado marchando
É muito pouco marcial.
Cabo Machado é dansarino, sincopado,
Marcha vem-cá-mulata.
Cabo Machado traz a cabeça levantada
Olhar dengoso pros lados.
Segue todo rico de jóias olhares quebrados
Que se enrabicharam pelo posto dele
E pela cor-de-jambo.
Cabo Machado é delicado gentil.
Educação francesa mesureira
Cabo Machado é doce que nem mel
É polido que nem manga rosa.
Cabo Machado é bem o representante de uma terra
Cuja Constituição proíbe as guerras de conquista
E recomenda cuidadosamente o arbitramento.
Só não bulam com ele!
Mais amor menos confiança!
Cabo Machado toma um geito de rasteira...
Mas traz unhas bem tratadas
Mãos transparentes frias,
Não rejeita o bom-tom do pó-de-arroz.
Se vê bem que prefere o arbitramento.
E tudo acaba em dansa!
Por isso Cabo Machado anda maxixe.
Cabo Machado... bandeira nacional!
Mário de Andrade
quinta-feira, 11 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
segunda-feira, 8 de abril de 2013
domingo, 7 de abril de 2013
sábado, 6 de abril de 2013
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De sopetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no norte, meu Deus! muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu.
Mário de Andrade