Lembrei...
De quem eu sou
De uma coleção de CDs
De algumas danças na sala sem cortina, sem vergonha, sem medo...
Das palavras ditas do fundo do coração
Das lágrimas de felicidade
Do medo de perder
Da alegria por não perder
Da sensação estranha de saber que esta perdido, mas valeu a pena
Da simplicidade
De ouvir coisas que eu sei que são verdades e não se esquece, embora nunca mais serão ditas
Daquela sequência (amor-ciúme):
- Vamos sair? Tem festa!
- Ah não, estou com preguiça... quero ficar só com você hoje!
Inicialmente eu não entendi... ou não quis entender
Depois de algum tempo ao ouvir o que ouvi, senti vergonha do que se passou acima
Mas... o que se passou foi com alguém que não existe mais
Ou pelo menos com uma borboleta que virou lagarta
Uma borboleta que nunca mentiu, que se entregou, se frustrou, e aprendeu muito... ah, e verdade seja dita: ensinou também!
Uma lagarta triste, perdida... que eu sei, tem vergonha do que fez e se tornou aos olhos de todos. Sei que essa lagarta chora, não entende, se questiona... é... o trem passou e não volta mais.
Mas a lagarta não me interessa, o que me interessou foi a borboleta! Ou melhor, as borboletas!
Sei que tenho o poder (desculpe a prepotência) de salvar a lagarta... mas dessa vez, eu não quero! No meu canto só há espaço para as borboletas... e outros bichinhos bonitinhos.
Mas torço, do fundo do coração, para que essa lagarta volte para o casulo, se transforme em uma grande borboleta e seja admirada e cuidada por alguem que a valorize e que, principalmente, seja valorizado.
Nossa, que momento kafkiano... ou não!