domingo, 28 de fevereiro de 2016

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Desânimo

Estou agora triste. Há nesta vida
Páginas torvas que se não apagam,
Nódoas que não se lavam… se esquecê-las
De todo não é dado a quem padece…
Ao menos resta ao sonhador consolo
No imaginar dos sonhos de mancebo!

Oh! voltai uma vez! eu sofro tanto!
Meus sonhos, consolai-me! distraí-me!
Anjos das ilusões, as asas brancas
As névoas puras, que outro sol matiza.
Abri ante meus olhos que abraseiam
E lágrimas não tem que a dor do peito
Transbordem um momento…

E tu, imagem,
Ilusão de mulher, querido sonho,
Na hora derradeira, vem sentar-te,
Pensativa e saudosa no meu leito!
O que sofres? que dor desconhecida
Inunda de palor teu rosto virgem?
Por que tu’alma dobra taciturna,
Como um lírio a um bafo d’infortúnio?
Por que tão melancólica suspiras?

Ilusão, ideal, a ti meus sonhos,
Como os cantos a Deus se erguem gemendo!
Por ti meu pobre coração palpita…
Eu sofro tanto! meus exaustos dias
Não sei por que logo ao nascer manchou-os
De negra profecia um Deus irado.
Outros meu fado invejam… Que loucura!
Que valem as ridículas vaidades
De uma vida opulenta, os falsos mimos
De gente que não ama? Até o gênio
Que Deus lançou-me à doentia fronte,
Qual semente perdida num rochedo,
Tudo isso que vale, se padeço!

Nessas horas talvez em mim não pensas:
Pousas sombria a desmaiada face
Na doce mão e pendes-te sonhando
No teu mundo ideal de fantasia…
Se meu orgulho, que fraqueia agora,
Pudesse crer que ao pobre desditoso
Sagravas uma idéia, uma saudade…
Eu seria um instante venturoso!

Mas não… ali no baile fascinante,
Na alegria brutal da noite ardente,
No sorriso ebrioso e tresloucado
Daqueles homens que, pra rir um pouco,
Encobrem sob a máscara o semblante,
Tu não pensas em mim. Na tua idéia
Se minha imagem retratou-se um dia
Foi como a estrela peregrina e pálida
Sobre a face de um lago…

Álvares de Azevedo

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Apenas assim...

“E a vida inteira parecia ser assim, apenas assim, não mais que assim: um seguido despertar, de concêntricos sonhos – de um sonho, de dentro de outro sonho, de dentro de outro sonho... Até a um fim?”
- João Guimarães Rosa, na novela “Buriti”, em "Noites do Sertão", do livro 'Corpo de Baile'. 1965.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Falso Inglês

Eu ouvi Paul Anka
Um Dia
Eu ouvi Ray Charles
Bill Halley

No rádio eu sempre ouvi
mas não entendia nada de inglês
mas eu guardava o som
toda melodia sem poder cantar

Eu tinha que inventar um jeito de cantar inglês
Gene Kelly
canta e dança sem eu entender
Eu via Fred Aster
legenda não serve pra poder cantar

Eu tive que inventar um jeito de cantar inglês
Beatles, Dylan
ouvi uma vez e eu cantei

Eu lembro que inventei
todos se encantaram com meu falso inglês

Uoooo uoraniussi uoriganfalanrier lefitiudeiomai
Uoooo uoraniussi uoriganfalanrier lefitiudeiomai

Um uoraniusi onaruei olefitiudei
Wonder Woman
Lairanidamudiseiomai

Uoooo uoraniussi uoriganfalanrier lefitiudeiomai
Uoooo uoraniussi uoriganfalanrier lefitiudeiomai

Toninho Horta

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O groove do batera na introdução arrebenta... Boa demais!

Essa música tem:
1. um groove introdutório de bateria que é sensacional
2. uma linha de baixo que é um brinco
3. uma pegada que não deixa ninguém parado
4. uma das mulheres mais lindas da soul/funk music
5. aquela guitarra rítmica que só os caras do verdadeiro funk são capazes de fazer

Diana Ross - "I'm coming out"