terça-feira, 15 de dezembro de 2020
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
sábado, 21 de novembro de 2020
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Sexta-feira 13 com boa música, sempre!
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
Que a minha mão não trema...
Bibliocausto
Que a minha mão não trema
ao deitar no fogo forte e primitivo
todos os traidores
que me deram veneno.
Queimarei o frio
geometrizador da vida
lapidada através de lentes bem polidas
(ah, o horror daquela pedra voando,
tangida pela mão de não sei que demônio,
e a pensar, pelo espaço, que ainda tem arbítrio!…)…
Queimarei o detrator,
maníaco e vaidoso,
que quis deter a vida numa câmara lenta,
para a tingir depois numa câmara escura
(ah, o inferno galopando às doidas,
nos cavalos sem freios
da vontade cega e sem destino!…)…
Queimarei o louco,
ébrio de orgulho,
raivoso de fraqueza,
que destilava haxixe em frascos verdes
na paisagem alpina
(ah, o prazer com que ainda o queimaria
em cada uma das voltas pavorosas
do seu Eterno Retorno!…)…
E só ficará comigo
o riso rubro das chamas, alumiando o preto
das estantes vazias.
Porque eu só preciso de pés livres,
de mãos dadas,
e de olhos bem abertos…
– João Guimarães Rosa, do livro “Magma”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997, p. 138-139.
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Miau
O GATO
Vinicius de Moraes
Com um lindo salto
Leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre, silencioso
Atrás de um pobre passarinho
E logo pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
Se num novelo
Fica enroscado
Ouriça o pelo, mal-humorado
Um preguiçoso é o que ele é
E gosta muito de cafuné
Com um lindo salto
Leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre, silencioso
Atrás de um pobre passarinho
E logo pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
E quando à noite vem a fadiga
Toma seu banho
Passando a língua pela barriga
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Uma das Melhores Metaleiras do Universo!
Tower of Power - "Squib Cakes"
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
Uma Quarta-Feira Funkeada :-)
terça-feira, 6 de outubro de 2020
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
O Riso e a Faca
Quero ser o riso e o dente
Quero ser o dente e a faca
Quero ser a faca e o corte
Em um só beijo vermelho
Fiz meu berço na viração
Eu só descanso na tempestade
Só adormeço no furacão
Eu sou a raiva e a vacina
Procura de pecado e conselho
Espaço entre a dor e o consolo
A briga entre a luz e o espelho
Tom Zé
domingo, 27 de setembro de 2020
sábado, 22 de agosto de 2020
Poesia russa e músicos brasileiros de primeira: Sucesso!
Maiakóvski, João Bosco, Nico Assumpção, Nelson Faria... tem como dar errado?
João Bosco e Nico Assumpção - “E então, que quereis?/ Corsário” ao vivo
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
Paz no Caos
O coração tranquilo, coração de alguém
De alguém”
terça-feira, 11 de agosto de 2020
sábado, 8 de agosto de 2020
Sultans of Swing
sábado, 1 de agosto de 2020
terça-feira, 28 de julho de 2020
Viva o Rock Progressivo Italiano!
domingo, 26 de julho de 2020
Livro Aberto
Já quase cantando
E muitos segredos se vão
Quem chega perto
Escuta o que eu penso
Ser um livro aberto é bom
Mesmo em meu peito
Se guardo tristeza
Tem sempre um pouquinho que sai
E vai saindo
Com toda a certeza
Até que no fim não tem mais
Choro não nego
Às vezes me entrego
A um pranto que nunca contei
Basta me olhar na cara
Que o coração dispara
E os olhos dizem: chorei!
Sonho e me agito
No meio da noite
É fácil saber que sonhei
Quem está do lado
Acorda assustado
E sempre me diz que eu falei
Tudo que sinto
Em mim transparece
E nada parece sutil
E se cochicho
Com todo capricho
Tem gente de longe que ouviu
E a alegria
De todos os dias
Não adianta esconder
Nem que eu me cubra
Desapareça
Olhando bem dá pra ver
Penso em voz alta
Já quase cantando
E muitos segredos se vão
Se me perguntam
Sobrou algum segredo
Eu digo sem medo que não
quinta-feira, 23 de julho de 2020
sábado, 11 de julho de 2020
Heal Is Coming Soon
domingo, 14 de junho de 2020
E porque sim e porque não...
Nítido e obscuro
A porcelana e o alabastroNa pele que eu vou beijar
O escuro atrás do astro
Na boca que me afogar
Os veios que há no mármore
Nos seios de Conceição
E desafeto e mais paixão
E porque sim e porque não
Porque em você
O que me prende vive livre
Como tudo que há no espelho
Existe mas não tive
O bambual de ouro no dorso do tigre
O farol de Alexandria varando a solidão
Tu me incendeia e o ciúme entra na veia
A paixão ricocheteia
Sobe inté o coração - e é bão!
Pouco existente feito as perna da sereia
O cavalo de São Jorge, pisando a lua cheia
Igual a chuva que há no fundo da baleia:
É tão pouca e formoseia o aguarão do mar
O amor vareia: o primeiro virar areia
O segundo sacaneia
Mas o próximo é ilusão - que bão!
Eu quando choro do olho sai meteoro e fogo
De cada poro um vulcão
É dor capaz de tombar a Via-Láctea no mar
Mas cabe dentro do olho
De um grilo no manguezal
Eu quando rio faz frio de calafrio
As moça tem arrupio e terção
É alegria capaz de acovardar lobisome
E quando mais se espera dela
É aí que ela some
Eu jogo truco, dou troco
Sou truculento e turrão
Bato muito firme
Danço jongo candongueiro
Eu mato a cobra
E dispois exibo o pau pra nós dois:
Tu se afeiçoa, faz carinho e me enleia
Eu gosto mas me aperreia
O depender de mulher
É sempre nítido e obscuro o que se quer!
sexta-feira, 12 de junho de 2020
terça-feira, 9 de junho de 2020
Progressivo Japonês de 1974
sexta-feira, 29 de maio de 2020
sábado, 23 de maio de 2020
Como 2 e 2 são 5
Me ouvir cantar
Venha não creia
Eu não corro perigo
Digo, não digo, não ligo
Deixo no ar
Eu sigo apenas
Porque eu gosto de cantar
Tudo é igual
Quando eu canto
E sou mudo
Mas eu não minto
Não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias
Tristezas e brinco
Tudo em volta está deserto
Tudo certo
Tudo certo como
Dois e dois são cinco
Me ouvir chorar
Tente não cante
Não conte comigo
Falo, não calo, não falo
Deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam
Pra consolar
Tudo, tudo, tudo, tudo
Tudo mudou
Não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco
Mesmo teto, mesmo teto
E a mesma lua a furar
Nosso zinco
Tudo em volta está deserto
Tudo certo
Tudo certo como
Dois e dois são cinco
Meu amor! Meu amor! Meu amor!
Tudo em volta está deserto
Tudo certo
Tudo certo como
Dois e dois são cinco
segunda-feira, 18 de maio de 2020
Eu tinha o VHS desse show!
sexta-feira, 15 de maio de 2020
God gave rock and roll to you... Enjoy!
Kiss - "Detroit Rock City" Live
segunda-feira, 11 de maio de 2020
Ouvindo novamente o mestre!
segunda-feira, 4 de maio de 2020
RIP Almir Blanc
sexta-feira, 24 de abril de 2020
domingo, 5 de abril de 2020
Quando o baixista faz a magia acontecer...
quinta-feira, 2 de abril de 2020
Wallace Roney foi mais uma vítima do Covid-19. R.I.P.
domingo, 29 de março de 2020
Stand straight, look me in the eye and say goodbye...
sexta-feira, 27 de março de 2020
Para a minha filha!
Eu tenho um vídeo dela pequena cantando essa maravilhosa obra de Egberto Gismonti junto comigo. Se um dia a Clara autorizar eu posto ;)
segunda-feira, 23 de março de 2020
Fique em casa e ouça boa música.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
Essa tal felicidade
Um amor, um bem profundo que eu pudesse realizar
Os meus sonhos de criança, como todo mundo faz
De formar uma família como era dos meus pais
Solidão foi se chegando e se acostumou
Essa tal felicidade, hei de encontrar
Mesmo se eu tiver que procurar, se eu tiver que esperar
De uma coisa eu não desisto, sou fiel não abro mão
De ter filhos, ter amigos, companheira e irmãos
Se essa vida é bonita, ela é feita pra sonhar
Mais aumento o meu desejo de afinal te encontrar
Mas o que eu não me acostumo é com a solidão
Um pedaço do seu beijo ou seu coração
Isso já me fortalece me faz delirar
Mesmo que se eu tiver que escolher
Se eu tiver que esperar
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020
Quatro e meia da manhã
com passarinhos vermelhos,
são quatro e meia da
manhã,
são sempre
e eu escuto
meus amigos:
os lixeiros
e os ladrões
e gatos sonhando com
minhocas,
e minhocas sonhando
os ossos
do meu amor,
e eu não posso dormir
e logo vai amanhecer,
os trabalhadores vão se levantar
e eles vão procurar por mim
no estaleiro e dirão:
“ele tá bêbado de novo”,
mas eu estarei adormecido,
finalmente, no meio das garrafas e
da luz do sol,
toda a escuridão acabada,
os braços abertos como
uma cruz,
os passarinhos vermelhos
voando,
voando,
rosas se abrindo no fumo e
como algo esfaqueado
e cicatrizando,
como 40 páginas de um romance ruim,
um sorriso bem na
minha cara de idiota.
domingo, 9 de fevereiro de 2020
Ignoro
Ignoro quando choro
Porque se fosse chorar
Ia chorar sem parar
Te puseram nesta terra
Esqueceram de avisar
Que tá tudo tão travado
Ninguém pode te ajudar
Se o normal é por ai
Abre as portas do hospício
Sabe? Do lado de fora
O sorriso vem com vício
Na cidade rola solto
O que o homem traz no bolso
Muitas vezes não é nada
Então vem a madrugada
De onde ele rouba um pouco
Rouba um pouco deste muito
Que nos roubam todo dia
Prá viver na mordomia
E ninguém faz nada por isso
O que era promessa
Virou compromisso
E ninguém faz nada por isso
sábado, 8 de fevereiro de 2020
O meu tempo
não sabem morrer
estar doentes
sofrer
ter prazer
tocar-se
dantes também não
(Ó mais nu
e branco dos homens)