quinta-feira, 19 de julho de 2012

Rondel

É noite, menino, ladrão de cetelhas!

Não há mais noites, e dias já não há;

Dorme… esperando chegar a vez daquelas

Que diziam: Claro! e diziam: Quiçá!

 

Escutas os passos vindos para cá?…

Oh, seus pés têm asas… – o Amor usa delas!

É noite, menino, ladrão de centelhas!

 

Escutas vozes?… não, na cova surda hás

De dormir, sob perpétuas amarelas;

E dos teus amigos-da-onça não virá

Nenhum, jogar pedras em tuas donzelas…

É noite, menino, ladrão de centelhas!

Tristan Corbière

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