segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Casa de Barro

Aquela casa de paredes barreada
Lá na beira da estrada, já não tem morador
Há quanto tempo ela esta abandonada
Uma tapera largada, poucos sabem o seu valor
Sabe seu moço, quem morava dentro dela
Levando a vida singela, era um roceiro feliz
Saindo cedo pros caminhos do roçado
Hoje conto seu passado, assim o destino quis...

Faz muito tempo o dia certo eu não me lembro
Mas foi num mês de setembro, em uma tarde de sol
A codorninha piava lá na paiada
E a poeira avermelhada rodava em caracol
Lá na baixada as batidas da porteira
Na estrada boiadeira ecoava o chapadão
E aquele moço começava uma viagem
Levando fé e coragem em cima de um caminhão


Trocando a vida do sertão por uma cidade
Obrigando a vontade o matuto despediu
Deixou no rancho seus costumes de caboclo
Pensando ter muito pouco naquela beira de rio
Tem certas coisas que se passa com a gente
Quando muda de repente na sorte que
Deus nos deu


Sabe seu moço, esse mundo é uma escola
A enxada é uma viola e o roceiro sou eu

Pena Branca e Xavantinho

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