Desaba a chuva
levando a vegetação,
Vento saqueia as árvores folhudas,
de braços para o ar
Sacode o mato grande.
Nuvens negras se amontoam
Monstros acocorados
tapam os horizontes beiçudos,
Palmeiras aparam o céu
Alarmam-se as tiriricas
Saracurinhas piam, piam, piam
Guariba lá adiante puxa reza
As lagoas arrebentaram
Água rasteira agarra-se nos troncos
Rodam galhos secos pelo chão
O charco embarriga
com o vem-vem de plantinhas miúdas da enxurrada
Árvores encalhadas pedem socorro
Mata-paus vou-bem-de-saúde e se abraçam
O céu tapa o rosto
Chove...chove...chove...
Raul Bopp
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