segunda-feira, 10 de março de 2014

Desaba a chuva

Desaba a chuva
levando a vegetação,

Vento saqueia as árvores folhudas,
de braços para o ar
Sacode o mato grande.

Nuvens negras se amontoam
Monstros acocorados
tapam os horizontes beiçudos,

Palmeiras aparam o céu

Alarmam-se as tiriricas
Saracurinhas piam, piam, piam

Guariba lá adiante puxa reza

As lagoas arrebentaram

Água rasteira agarra-se nos troncos
Rodam galhos secos pelo chão

O charco embarriga
com o vem-vem de plantinhas miúdas da enxurrada

Árvores encalhadas pedem socorro
Mata-paus vou-bem-de-saúde e se abraçam

O céu tapa o rosto

Chove...chove...chove...

Raul Bopp

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