Pequeno cosmos
Ah, rosas, não, nem frutos, nem rebentos.
Horta e jardim sobejam nestes versos
De consonâncias velhas e bordões.
Navegante dum espaço que rodeio
(Noutra hora diria que infinito),
É por fome de frutos e de rosas
Que a frouxidão da pele ao osso chega.
Assim árido, e leve, me transformo:
Matéria combustível na caldeira
Que as estrelas ateiam onde passo.
Talvez, enfim, o aço apure e faça
Do espelho em que me veja e redefina.
- José Saramago, em "Os poemas possíveis". 3ª ed., Lisboa: Editorial Caminho, 1981.
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testando um dois tres
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