Passei
pela terra seca,
sem
arvore e sem arroio,
com
suas casas caídas,
sua
pena sem socorro.
O
que avistei de mais vivo
foi
o cemitério plano
onde
uma índia cor da terra
de
joelhos ia chorando.
A
aguinha da sua lágrima
tão
cansada vinha andando
como
se arrastara séculos
essa
carreta de pranto.
Ali
no meio do mundo,
toda
para o céu voltada,
única
fonte na areia,
sozinha,
a mulher chorava.
Talvez
perguntasse aos santos:
“Por
que se morre? e sentisse
que
do céu lhe perguntavam
também:
“Para que se vive?”.
Cecília Meireles
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