Por baixo
dos largos fícus
plantados à beira-mar,
em redor dos bancos frios
onde se deita o luar,
vão passando os varredores,
calados, a vassourar.
em redor dos bancos frios
onde se deita o luar,
vão passando os varredores,
calados, a vassourar.
Diríeis
que andam sonhando,
se assim os vísseis passar,
por seu calmo rosto branco,
sua boca sem falar,
- e por varrerem as flores
murchas, de verem amar.
se assim os vísseis passar,
por seu calmo rosto branco,
sua boca sem falar,
- e por varrerem as flores
murchas, de verem amar.
E por
varrerem os nomes
desenhados par a par,
no vão desejo dos homens,
na areia vã, de pisar...
- por varrerem os amores
que houve naquele lugar.
desenhados par a par,
no vão desejo dos homens,
na areia vã, de pisar...
- por varrerem os amores
que houve naquele lugar.
Visto de
baixo, o arvoredo
é renda verde de luar,
desmanchada ao vento crespo
que à noite regressa ao mar.
é renda verde de luar,
desmanchada ao vento crespo
que à noite regressa ao mar.
Vão
passando os varredores;
vão passando e vão varrendo
a terra, a lembrança, o tempo.
vão passando e vão varrendo
a terra, a lembrança, o tempo.
E, de
momento em momento,
varrem seu próprio passar...
varrem seu próprio passar...
Cecília Meireles
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