Minha grande colega de trabalho responde!
Como é bom ser punk,
Descer logo o porrete
E lá no metrô
Se entuchar de alfinete
Como é bom ser punk,
A mãe degolar
E a vovozinha
No varal pendurar
É uma emoção sentir-se um maloqueiro
Fazer Zé do Caixão parecer
Um pipoqueiro
Como é bom ser punk,
Comer toda uma jaca
Entrar no coletivo,
Vomitar na catraca
Como é bom ser punk,
Só uma coisa me dói
É esperar o apocalipse
Tendo que ser office-boy
Língua de Trapo
“Caso triste foi o que sucedeu lá em casa mesmo... Eu sempre falo que a gente deve ser enérgico, nunca desanimar, que se entregar é covardia, porém quando a coisa desanda mesmo não tem vontade, não tem paciência que faça desgraça parar”
Mário de Andrade
Se oriente, rapaz
Pela constelação do Cruzeiro do Sul
Se oriente, rapaz
Pela constatação de que a aranha
Vive do que tece
Vê se não se esquece
Pela simples razão de que tudo merece
Consideração
Considere, rapaz
A possibilidade de ir pro Japão
Num cargueiro do Lloyd lavando o porão
Pela curiosidade de ver
Onde o sol se esconde
Vê se compreende
Pela simples razão de que tudo depende
De determinação
Determine, rapaz
Onde vai ser seu curso de pós-graduação
Se oriente, rapaz
Pela rotação da Terra em torno do Sol
Sorridente, rapaz
Pela continuidade do sonho de Adão
Gilberto Gil
(…) já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio - definitivamente fora de foco - cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes (…)
Raduan Nassar
Em homenagem a George Duke, esse lindo tema de Herbie Hancock.
Cantaloup Island – “Jean-Luc Ponty Experience & George Duke”
"as febres proliferavam tanto quanto as facadas que rasgavam o ventre dos homens; e isso explicava por que o cemitério era mais vasto que a cidade." MH
"Mais sofri, todavia, porque lua havia, uma lua onde cabiam todos os devaneios e em que podia beber qualquer imaginação."
HILTON RUIZ, DAVE VALENTIN, CHEMBO CORNIEL ARE JOINED BY JAZZ LUMINARIES CHICO FREEMAN AND GEOFF BRENNAN