domingo, 30 de setembro de 2012

E para fechar o mês com chave de ouro: Airto Moreira & Jacob Anderskov

Meu final de semana foi muito corrido: Clara, Lavoisier, Jaco Pastorius e estudo… mas para fechar o domingo e o mês com chave de ouro assisti a um grande show. Bom, Airto eu já conhecia e este foi o terceiro show seu que assisto. Junto com o dinamarquês Jacob Anderskov, Airto fez uma apresentação “rumo ao desconhecido”. Apenas piano e percussão. Impecávelmente desconhecido e belo! Esperar o quê de alguém que já tocou ao lado de Miles Davis, Weather Report e outros monstros da música?

Que Vergonha! :-$

Kansas

sábado, 29 de setembro de 2012

Forró no Escuro

Era uma vez este que vos escreve em Caruaru…

O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou

Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho
Se você for seu nego chora
Seu nego chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho
Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra
E pegar o sol com a mão

Luiz Gonzaga

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Isso é fazer música: Felicidade!

Reparem que:

1. O vídeo tem uma qualidade tosca.

2. A música é boa.

3. Collins, Rutherford e Banks se divertem muito.

4. Os caras fingem que tocam metais.

5. A linha de baixo tocada por Rutherford é de arrepiar.

“Maybe deep down inside

I'm trying for no one else but me

Too stubborn to say, "the buck stops here

It's not the one you're looking for

But, maybe deep down inside

I'm lying to no one else but me

Oh but my back is up

I'm on my guard, with all the exits sealed”

Genesis – “No Reply At All”

O Caco de Vidro

domingo, 23 de setembro de 2012

Cesar Camargo Mariano Trio – Um Show Impecável

O que dizer de um músico que, segundo o falecido maestro Erlon Chaves, possui a “maior mão esquerda do Brasil? Um show de tirar o chapéu e que não deixa a desejar para nenhum Jazzista gringo. Acompanhado por Sizão Machado (baixo) e Thiago Rabello (bateria), Mariano fez uma apresentação impecável.

Hà um ano o pianista e arranjador de 69 anos de idade lançou sua autobiografia, Solo, no qual relata os fatos mais importantes de sua vida pessoal e profissional. O cara já tocou com Elis, Tom Jobim, Wilson Simonal e tem alguns discos que são obras primas. Recomendo fortemente o “Samambaia” (em parceria com Hélio Delmiro) e o “São Paulo - Brasil”. Outra vez vou dormir feliz!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Endless Dream

Hold your head up high you know you've

Come a long way, a long way

Tainted as a fugitive with nothing left to say

Temptation may come hope your vision doesn't stray

In the name of God you may be forced away

 

Moving forward to the only place you know

Side tracked by some indiscretion

Changing as you go

Temptation may come hope your

Conscience doesn't hide

The longest trip you'll take is inside

 

It's the last time telling myself everything

Call me over then bring me back again

It's the last chance telling myself

That I believe

Your forever is mine and all I need

 

Now life tell me now in your arms

All I really need is you by my side

I sing this to you all the world and all it is

I bring this to you this gift of love

 

And the world turns and the world turns

Time tells all we know we look to it

Jesus on the radio

Pledge me what you got I'll give you

Eternal resting spot

How intense I pray depends on how much you pay

 

It's the last time getting it this life

First calling in a silent spring

It's the first time getting it this life

First calling in a silent spring

Fear strikes deeper than visionary

Screams and tears never justify this love

Talk talk listening

Like the first words ever to reach out

Talk talk

Like the first sounds in a silent spring

Talk talk listening

Like the first words ever to reach out to you

Talk talk

Like the first sound you start to sing

 

So take your time

Look round and see

The most in time is where you're meant to be

For they talk too loud

And take the hope and peace from your heart

We call this surrender

Slowly towards the north

And this endless dream giving ourselves everything

We're deserving we're gonna bring it back again

It's the last time telling myself everything

It's the last time bring me back bring me back again

When the world brings you down

You can search you inside

For the love you will find (bring me back home)

When the world brings you down

You can search you inside

When the world brings you down

I've waited so long

When the world brings you down

You gotta play this living game

When the world brings you down

So take your time

Look round and see

The most in time is where you're meant to be

For you are light

Inside your dreams

For you will find that it's soomething

That touches me

Yes

Roine Stolt

Ontem um amigo me apresentou ao trabalho solo desse músico. O cara tem muito bom gosto. Já conhecia seu trabalho no Flower Kings e no Transatlantic. O disco lembra em alguns momentos Yes, Genesis e King Crimson (não tem como não beber dos grandes mestres!). Com certeza esse sueco é um dos grandes nomes do rock progressivo.

Roine Stolt – “The Flower King”

Kant

Mede-se a inteligência de um individuo pelo número de incertezas que ele é capaz de suportar

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Amazing Song

“From Genesis To Revelations” não tem a quebradeira, a técnica, Collins, Hackett, a criatividade dos discos seguintes da banda, mas é um disco muito gostoso de se ouvir. Conprei esse Cd em 19 de Julho de 1995.

Genesis – “Fireside Song”

domingo, 16 de setembro de 2012

Outra vez de alma lavada!

Erik Truffaz Quartet

O trompetista suiço e seu conjunto apresentaram hoje no Sesc um repertório de jazz contemporâneo que transita pelas sonoridades tradicionais do jazz, e pelo rock, hip hop, indie, funk e pop. Pirei, amei. Truffaz adicionou elementos de modernidade ao gênero, usando muitos efeitos em seu instrumento. O Erik Truffaz Quartet surgiu em 1997 e, desde então, tem lançado discos bastante diferentes entre si. Ainda bem que bom gosto não se compra, não se vende, não se acaba e principalmente, não se rouba :-)

Em muitos momentos me senti no show de Miles Davis e, em outros, de Steve Wonder. Com certeza os casais sairam bem mais apaixonados do show (não que tenha sido um show romântico, mas tinha muitos momentos lindos), os músicos completamente felizes, e o público, em geral, revigorado para aguentar a semana que virá. Repito o que já falei para alguns: Acho o som do trompete muito bonito. Já pensei em aprender… quem sabe um dia!

Genesismaníacos do mundo, uni-vos!

Após uma boa noite de sono coloquei o Foxtrot no aparelho de som e, enquanto arrumava a bagunça feita por Lavoisier e Jaco, fiquei (pela milésima vez) vidrado e apaixonado por esse trabalho. Esse álbum é totalmente perfeito. Lembrei do show do “The Musical Box” aqui no Brasil… mais alguém assistiu?

Se você alguma vez ja me viu ouvindo “Supper`s Ready” sabe como eu fico. Por sinal, é o que está tocando agora enquanto eu escrevo este post.

“Today's a day to celebrate, the foe have met their fate”

Abaixo um dos momentos mais bonitos da obra.

Genesis – “Can-Utility and the Coastliners”

Norman Friedman

Cada tipo de estória requer o estabelecimento de um tipo particular de ilusão que a sustente.

sábado, 15 de setembro de 2012

A Morsa e o Carpinteiro

O sol brilhava sobre o mar,
Com raios certeiros, pujantes.
Aplicava sua melhor arte
A tornar as ondas coruscantes.
E isso era estranho porque
Batera meia noite pouco antes.
A lua brilhava mofina,
Porque pensava que o sol,
Depois que o dia termina,
Devia se retirar.
"É muita indelicadeza", dizia,
"Vir aqui me ofuscar."
O mar estava molhado; mais não podia estar.
A areia estava seca a não poder mais secar.
Nuvem, não se via uma só, porque
Não havia nenhuma no céu a flutuar.
Nenhum pássaro cortava os ares...
Pois não havia pássaros para voar.
A Morsa e o Carpinteiro
Caminhavam lado a lado.
Choravam copiosamente ao ver
O chão assim, tão de areia forrado:
"Se ao menos fizessem uma faxina," diziam,
"Isto poderia ficar em bom estado!"
"Se sete criadas com sete esfregões
Por um ano isto aqui esfregassem,
Acha possível", a Morsa perguntou,
"Que toda esta areia limpassem?"
"Duvido", disse o Carpinteiro
E uma lágrima sentida derramou.
"Ó Ostras, venham fazer um passeio!"
Disse a Morsa suplicante.
"Uma boa conversa, um belo recreio,
Pelas praias verdejantes:
Mas apenas quatro em cada volteio
Para as mãos lhes dar adiante."
A Ostra mais velha o relanceou
Mas a boca não disse palavra.
Deu apenas uma piscadela,
E a pesada cabeça meneou...
A sugerir: "Deixar a ostreira
Para flanar? Ai, isso não vou."
Quatro ostrinhas, porém, acorreram,
Muito sôfregas pelo regalo:
Vestidinho limpo, rosto lavado,
Sapatos nos trinques e rabo de cavalo.
E isso era estranho se bem pesado,
Porque tinham o coco rapado.
Quatro outras Ostras as seguiram
E depois mais, de par em par.
Por fim aos bandos chegaram,
E foi um não mais acabar.
Todas saltando na espuma das ondas,
E voltando à praia a bracejar.
A Morsa e o Carpinteiro
Andaram um bom estirão.
Depois descançaram numa pedra
Jeitosa que havia no chão.
Então as ostrinhas todas
Puseram-se em fila, de prontidão.
"É chegada a hora", disse a Morsa,
"De falar de muitas coisas:
De sapatos... e barcos... e vazas...
De repolhos... e reis... e lousas...
E por que o mar tanto ferve
E se os porcos têm asas."
"Só um minutinho", as Ostras gritaram,
"Antes da nossa conversa;
Estamos tão esbaforidas,
Viemos em tal correria!"
"Tem tempo!" disse o Carpinteiro,
Rindo, num gesto de galhardia.
"Um naco de pão", a Morsa disse,
"É o que vem a calhar;
Depois pimenta e vinagre
Não são de dispensar...
Já estão prontas, Ostrinhas queridas?
Vamos dar início ao jantar."
"Mas não vão nos jantar!" as Ostras gritaram,
Perdendo um pouquinho a cor.
"Após tanta gentileza,
Oh, é tão desolador!"
"É uma bela noite", disse a Morsa,
"Apreciam esta beleza?"
"Foram tão gentis conosco!
Não criaram um só embaraço!"
O Carpinteiro disse apenas:
"Corte-me mais um pedaço!
Minha fome é tamanha
Que todo este pão hoje eu traço."
"É uma vergonha", a Morsa disse,
"Lhes fazer uma falseta dessa,
Depois que as trouxemos de tão longe
E as fizemos andar tão depressa!"
O Carpinteiro disse só:
"Vamos à primeira remessa!"
"Choro por vocês", a Morsa disse.
"Tenho o coração contristado."
E entre soluços e lágrimas, foi
Puxando as graúdas p'ro seu lado.
Depois, levou um lenço aos olhos,
Que ainda estavam marejados.
"Ó Ostras", disse o Carpinteiro.
"Fizeram uma bela corrida!
Que tal correr de volta pra casa?"
Mas nenhuma resposta foi ouvida...
E não era de se estranhar, porque
Ostra por ostra tinha sido comida.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Uma nova mudança em breve vai acontecer :-)

O dia hoje foi mais do que especial: Além de outras coisas, ouvi essa música depois de muito tempo, no meu aparelho de som está tocando Genesis, almocei com um grande amigo, e recebi uma notícia que me deixou muito, mas muito feliz! Papai do Céu é muito bom. Obrigado a Ele por tudo!

PS: Elis Regina é, simplesmente, A MELHOR!

Elis Regina – “Velha Roupa Colorida”

A Metamorfose

Será um sinal?

Sambô – “Sunday Bloody Sunday”

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Damien Jurado

Eu curto! E você?

“If I ever lose my head
Don't ever let me lose my head”

Damien Jurado & Gathered In Song – “Lose My Head”

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Um Show de Independência

Mesmo com a garganta doendo e um início de gripe tomei coragem e fui assistir ao show de Pepeu Gomes. Difícil descrever a emoção, o sentimento e a alegria de ver e ouvir um dos maiores guitarristas do mundo tocando e levando a platéia ao delírio com bends perfeitos, harmônicos bem colocados, alavancadas cruéis e muito, muito feeling e técnica a serviço da música. O repertório teve como base seus 40 anos de carreira e Pepeu ainda fez homenagem a mestres e músicos importantes como Pixinguinha, Armandinho, Novos Baianos, Wander Taffo, Michael Jackson e Chico Science. Para variar, lá estava eu cheio de lágrima nos olhos em muitos momentos do show. No final uma surpresa: Luiz Sergio Carlini subiu no palco, ai foi só alegria e muita dança!

Pepeu Gomes – “Malacaxeta” ao vivo

Keith Emerson

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Um Conto Maravilhoso

O diabo e seus três fios de cabelo dourado

Um lenhador estava cortando lenha diante do castelo do rei, e do alto de sua janela a princesa o observava. Na hora do almoço ele sentou-se na sombra para descansar; nesse instante a princesa viu que ele era muito bonito e, apaixonada, mandou chamá-lo. Ao ver como a princesa era bela, ele também logo se apaixonou por ela. Estavam enamorados, mas logo chegou aos ouvidos do rei que a princesa estava gostando de um lenhador. Ao saber disso, o rei procurou a filha e disse: “Você bem sabe que seu noivo será aquele que trouxer os três fios de cabelo dourado da cabeça do Diabo, seja ele príncipe ou lenhador”. Mas, como até então nenhum príncipe tinha tido tamanha coragem para conseguir tal feito, o rei pensava que um simples lenhador não o conseguiria jamais. A princesa ficou muito triste, porque muitos príncipes já haviam morrido tentando pegar os três fios de cabelo dourado do Diabo. Mas, como não via saída, contou ao lenhador o que seu pai dissera. O lenhador não se abalou e disse: “Eu vou conseguir. Seja fiel a mim até eu voltar. Partirei amanhã de manhã”.

No dia seguinte, o lenhador partiu ao encontro do Diabo e chegou a uma cidade grande. Na entrada da cidade, o guarda lhe perguntou de qual ofício entendia e o que sabia fazer. “Tudo”, respondeu ele. “Se sabe tudo, então cure nossa princesa, que nenhum médico no mundo conseguiu curar.” “Quando eu voltar”, respondeu ele. Então seguiu adiante e, quando chegou a outra cidade, também lhe perguntaram o que sabia fazer. “Tudo”, disse ele. “Então responda: por que nosso belo poço do mercado secou?”, perguntou o guarda. “Quando eu voltar”, respondeu, e seguiu viagem. Então encontrou uma figueira que estava secando, e ao lado dela um homem lhe perguntou o que sabia fazer. “Tudo”, respondeu. “Então responda: por que a figueira está morrendo e parou de dar frutos?” “Quando eu voltar”, respondeu o lenhador. Continuou andando e chegou a um rio onde havia um barqueiro, que o levou à outra margem e lhe perguntou o que sabia fazer. “Tudo”, respondeu ele. “Então me diga quando serei substituído e outro virá atravessar as pessoas para o outro lado.” “Quando eu voltar.”

Logo adiante, o lenhador chegou à entrada do inferno. Tudo estava escuro e sinistro, mas o Diabo não se encontrava em casa, apenas a mulher dele. O lenhador então se dirigiu a ela e disse: “Bom dia, senhora Diabo, eu vim até aqui para pegar os três fios de cabelo dourado que estão na cabeça do seu marido. Também quero saber por que uma princesa não consegue se curar, por que um poço fundo do mercado secou, por que uma figueira parou de dar frutos e por que o barqueiro não pode parar de trabalhar”. A mulher levou um susto e respondeu: “Se o Diabo voltar e encontrar você aqui, vai devorá-lo, e os três fios dourados, então, você jamais vai conseguir. Mas você é tão jovem e, como estou com pena de você, vou ver se consigo salvá-lo”. Assim, ela mandou o lenhador se esconder embaixo da cama, e, mal ele havia se deitado lá por um tempinho, o Diabo chegou em casa. Ele então começou a tirar a roupa, cumprimentou a mulher e perguntou a ela se estava tudo bem. Depois disse, desconfiado: “Estou sentindo, estou sentindo cheiro de carne humana, vou verificar!”. “Mas o que você pensa que está cheirando?”, disse a mulher. “Que cheiro é esse que você está sentindo? Você está resfriado e seu nariz sempre fica impregnado de cheiro de carne humana. Não vá me desarrumar a casa, acabei de varrer tudo.” “Só quero ficar quietinho, estou cansado hoje, mas acho que você está me negando esse bocado.”

O Diabo então se deitou na cama e mandou que a mulher também se deitasse ao seu lado. Não demorou a pegar no sono e começou primeiro a soprar, depois a roncar baixinho, e logo o ronco ficou tão forte que as vidraças tremiam. Quando a mulher viu que ele estava dormindo pesado, agarrou um dos fios dourados, arrancou-o e jogou-o embaixo da cama para o lenhador. O Diabo acordou, gritando: “Mas o que você está querendo, mulher? Por que está arrancando meu cabelo?”. “Ai, sabe, eu tive um pesadelo e fiquei com muito medo”, respondeu ela. “Mas o que você estava sonhando?” “Eu sonhei com uma princesa que estava morrendo de uma doença que médico algum conseguia curar.” “E por que não tiram a rã branca que está debaixo da cama dela?”, e com isso ele virou para o outro lado e voltou a dormir. Quando ouviu seu ronco, a mulher arrancou o segundo fio de cabelo dele e o jogou debaixo da cama. O Diabo se levantou num salto: “Mas o que é isso? Está ficando louca? Não para de arrancar meu cabelo!”. “Ai, meu marido, eu sonhei que estava em frente a um grande poço do mercado, as pessoas se lamentavam porque não havia água e me pediam ajuda, e quando olhei para dentro era tão fundo que senti uma tremenda tontura, então tentei me segurar e por isso me agarrei ao seu cabelo”, respondeu a mulher. “Bastava você dizer a eles para tirarem a pedra branca que está no fundo, agora me deixe em paz com esses seus sonhos.” Então ele se deitou e voltou a roncar como antes. A mulher então pensou: Você tem de arriscar uma vez mais, e, num ímpeto de coragem, arrancou o terceiro fio de cabelo dourado do marido e o jogou embaixo da cama. O Diabo acordou furioso e já estava pronto para fazer uma maldade, quando a mulher o acalmou e o beijou, dizendo: “São os sonhos ruins! Um homem me mostrava uma figueira que estava secando e se queixava de que ela não dava mais frutas, então eu quis sacudir a árvore, para ver se caía alguma fruta, e segurei no seu cabelo”. “Sacudir a árvore não teria adiantado, porque tem um rato branco que fica roendo suas raízes e, enquanto não o capturarem, ela estará perdida. Se o rato for morto, a árvore voltará a ficar verde e carregada de frutas. Agora, pare de me atormentar com esses seus sonhos. Eu quero dormir e, se você me acordar mais uma vez, eu vou dar uma bofetada na sua orelha.” A mulher temia a ira do Diabo, mas o pobre lenhador ainda precisava saber de uma coisa que só o Diabo sabia. Então, ela cutucou o nariz do marido e puxou-o para cima. O Diabo saltou da cama feito louco e deu-lhe uma bofetada tão forte na orelha que esta chegou a estalar. A mulher começou a chorar e disse: “Quer que eu caia na água? Um barqueiro me atravessou pela correnteza do rio, e quando chegamos à outra margem o barco bateu, fiquei com medo de cair e tentei me segurar no tronco onde se prende a corrente, aí sem querer agarrei o seu nariz”. “Por que você não prestou atenção? Ele faz isso sempre.” “O barqueiro se queixou para mim de que estava cansado porque ninguém vinha substituí-lo no trabalho e que seu trabalho não tinha fim.” “Ele precisa parar a primeira pessoa que quiser atravessar, entregar-lhe o remo nas mãos e dizer a ela que o entregue ao próximo que vier, assim terá ajuda e será liberado do trabalho. Mas os seus sonhos são curiosos, porque o que acontece com o barqueiro é verdade e todo o resto também. Agora, trate de não me acordar mais, porque senão eu não sei do que sou capaz de fazer com você. Já deve estar quase amanhecendo e eu ainda quero dormir.”

Depois que o lenhador ouviu tudo e o Diabo voltou a roncar, ele agradeceu à sra. Diabo e partiu. Quando encontrou o barqueiro, este logo lhe pediu a resposta. Então o lenhador disse: “Antes me leve à outra margem”. Ao chegarem do outro lado, ele explicou: “Você tem de entregar o remo ao primeiro que aparecer querendo atravessar, e este deve fazer o trabalho até que outra pessoa apareça para rendê-lo”. Depois disso, ele encontrou o homem da figueira que não dava frutos e disse-lhe: “Mate o rato branco que está roendo as raízes e ela voltará a dar frutas como antes”. “O que quer como recompensa?”, perguntou o homem. “Um regimento de infantaria”, respondeu o lenhador. Mal ele terminou a frase, um regimento já marchava atrás dele. Assim vai indo muito bem, pensou o lenhador, que logo chegou ao poço que havia secado e disse: “Tirem a pedra branca que está no fundo”. Então um homem desceu até o fundo e tirou a pedra. Assim que ele retornou, o poço voltou a se encher até a boca com água muito límpida. “O que quer como recompensa?”, perguntou o prefeito. “Um regimento de cavalaria”, respondeu ele. E, quando o lenhador passou pela entrada da cidade, um regimento de cavalaria já estava galopando atrás dele. Então ele chegou à outra cidade, onde a princesa estava doente e desenganada pelos médicos. “É só matarem a rã branca que está escondida debaixo da cama dela”. Assim que tiraram a rã, a princesa começou a melhorar e logo estava recuperada e corada. “O que quer como recompensa?”, perguntou o rei. “Quatro carroças carregadas de ouro”, respondeu o lenhador.

Finalmente o lenhador voltou para casa, seguido por seus regimentos de infantaria e de cavalaria e com quatro carroças carregadas de ouro, e levando consigo ainda os três fios de cabelo dourado. Mandou que todos aguardassem em frente ao portão de entrada do castelo, mas, se ele desse um sinal, deveriam entrar rapidamente. Então procurou sua amada princesa, entregou os três fios de cabelo do Diabo ao rei e pediu a ele que cumprisse sua promessa e lhe entregasse a mão da princesa. O rei ficou muito surpreso e alegou que os três fios certamente tinham seu valor, mas teria de repensar se entregava a princesa. Ao ouvir isso, o lenhador foi até a janela e assobiou. Imediatamente, os regimentos de infantaria e de cavalaria e as quatro carroças com o ouro marcharam adiante e se apresentaram. “Senhor rei”, disse o lenhador, “olhe aqui, estes são os homens que eu trouxe comigo e aquela é minha riqueza, nas carroças carregadas de ouro. Não gostaria de me entregar a mão da princesa?” O rei ficou surpreso e disse: “Sim, de coração”. Assim, os dois se casaram e viveram felizes.

Por isso, quem não teme o Diabo pode arrancar-lhe os cabelos e conquistar o mundo.

domingo, 2 de setembro de 2012

Take me out tonight

Na sexta, estresse, trabalho, um violão, colegas e recordações; no sábado, família, amigos, a diversão e a CURA; o domingo a Deus pertence! Ouvir Smiths depois de tanto tempo leva a uma sensação de paz e liberdade… veja a beleza do trecho abaixo:
“And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine”

The Smiths – “There is a light that never goes out”