terça-feira, 31 de julho de 2012

Genesis Archives

Não é simplesmente um cover:  É um cover do Genesis muito bem feito, e ainda por cima  por uma banda nacional! Somente quem já passou meses tentando tocar uma obra dessa sabe o que é um feito desse tipo. Os caras estão de parabéns!

PS: Já escrevi aqui uma vez: essa música tem um dos solos de guitarra mais lindos do mundo.

“Firth of Fifth” – Cover do Genesis

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Estrela e Mar

Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar. Por que
havemos de ser unicamente
humanos, limitados em chorar?
Não encontro caminhos fáceis
de andar. Meu rosto vário
desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e de ar.

Cecília Meireles

domingo, 29 de julho de 2012

E se não tivesse o sofrer….

… melhor era tudo se acabar! Um encontro histórico. Assisti pela primeira vez esse vídeo deitado em um tatame!

Berimbau e Canto de Ossanha – “Toquinho, Vínicius, Tom Jobim e Miúcha”

sábado, 28 de julho de 2012

Ouvir isso hoje foi inspirador demais!

Ficar muito tempo sem ouvir Steely Dan faz mal a saúde. Quando esse som tocou agora a pouco no meu Ipod parece que uma paz enorme se apoderou de mim. Tentei dormir, mas estava inquieto… levantei e precisei escrever. Jaco e Lavoisier estavam dormindo no sofá mas tiveram que acordar porque peguei meu Cd e, meus vizinhos que me perdoem, precisei ouvir isso no volume máximo! Achar esse vídeo simples e gravado a partir do som de uma vitrola me trouxe lembranças lindas… nossa, nada é por acaso! Uma música é capaz realmente de fazer milagre!
Vamos seguir a bolinha, cantar e dançar juntos?  :-D

“I'm not one to look behind, I know that times must change
But over there in Barry town they do things very strange
And though you're not my enemy, I like things like they used to be
And though you'd like some company, I'm standing by myself
Go play with someone else
I can see by what you carry that you came from Barry Town
Don't believe I'm taken in by stories I have heard
I just read the Daily News and swear by every word
And don't think that I'm out of line for speaking out for what is mine
I'd like to see you do just fine, but look at what you wear
And the way you cut your hair
I can see by what you carry that you came from Barry Town
In the beginning we recall that the world was hurled
Barry Town people got to be from another world
Leave me or I'll be just like the others you will meet
They won't act as kindly if they see you on the street
And don't you scream or make a shout, it's nothing you can do about
It was where you came out, it's a special lack of grace
I can see it in your face
I can see by what you carry that you came from Barry Town”

Steely Dan – “Barrytown”

Venham vós ao nosso reino aqui no Brasil

Uma grande obra progressiva dos Mutantes. Irreverência, bom gosto, técnica e beleza. Como a música é capaz de nos trazer sensações maravilhosas não é mesmo?

“Venham vós ao nosso reino aqui no Brasil
Rock'n Roll, paz e amor aqui no Brasil
E talvez o fim de semana não tenha mais fim
E talvez a nossa música não tenha mais fim
E talvez a nossa vida não tenha mais fim”

Mutantes – “Eu ainda vou transar com você”

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mais Clara, Mais Crua (Palhaço)


De noite na rua em frente ao parque
A minha solidão é sua
De certo sei que você vaga
Em qualquer parte sob essa vaga lua

A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maus tratos

De noite alguém de certo lhe ampara
Por onde hoje você anda
Mas sem olhar sua ciranda louca
Daquele jeito que lhe desmascara

A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maus tratos

Agora bêbada você estremece
Como se ainda não soubesse
Em frente à porta desse bar
Em que embarca sob essa vaga lua
E a luz da lua, pura nitidez da marca
Mais nua, mais clara, mais crua
Geraldo Carneiro e Egberto Gismonti

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ouvir Estrelas

Ora ( direis ) ouvir estrelas!
Certo, perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouví-las,
muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto

E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo? "

E eu vos direi:
"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas

Olavo Bilac

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Não tem nada Não

É não tem nada não
Você tem razão
Que de que de confusão
Não se vive não
Não vou procurar
Nem telefonar
Tudo vai passar, viu?

Só quero lhe dizer
Que eu amei você
Que eu só vim pra cá
Pra te encontrar
Não tem nada não
Pois eu não sou mais do que um joão, viu?

É tão engraçado lembrar
Que foi você mesma que veio um dia me procurar
E não é nada facil eu agora me acostumar
A não te ver, a não te ter e não poder te beijar
Sinto saudades mas...

Marcos Valle – “Não tem nada não”

Jogo ou Ilusão?

A Ingratidão Desmancha a Afeição

Tabacaria

    Não sou nada.
    Nunca serei nada.
    Não posso querer ser nada.
    À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

    Janelas do meu quarto,
    Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
    (E se soubessem quem é, o que saberiam?),
    Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
    Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
    Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
    Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
    Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
    Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

    Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
    Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
    E não tivesse mais irmandade com as coisas
    Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
    A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
    De dentro da minha cabeça,
    E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

    Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
    Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
    À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
    E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

    Falhei em tudo.
    Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
    A aprendizagem que me deram,
    Desci dela pela janela das traseiras da casa.
    Fui até ao campo com grandes propósitos.
    Mas lá encontrei só ervas e árvores,
    E quando havia gente era igual à outra.
    Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

    Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
    Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
    E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
    Gênio? Neste momento
    Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
    E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
    Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
    Não, não creio em mim.
    Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
    Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
    Não, nem em mim...
    Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
    Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
    Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
    Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
    E quem sabe se realizáveis,
    Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
    O mundo é para quem nasce para o conquistar
    E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
    Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
    Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
    Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
    Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
    Ainda que não more nela;
    Serei sempre o que não nasceu para isso;
    Serei sempre só o que tinha qualidades;
    Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
    E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
    E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
    Crer em mim? Não, nem em nada.
    Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
    O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
    E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
    Escravos cardíacos das estrelas,
    Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
    Mas acordamos e ele é opaco,
    Levantamo-nos e ele é alheio,
    Saímos de casa e ele é a terra inteira,
    Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

    (Come chocolates, pequena;
    Come chocolates!
    Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
    Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
    Come, pequena suja, come!
    Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
    Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
    Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

    Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
    A caligrafia rápida destes versos,
    Pórtico partido para o Impossível.
    Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
    Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
    A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
    E fico em casa sem camisa.

    (Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
    Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
    Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
    Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
    Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
    Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
    Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
    Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
    Meu coração é um balde despejado.
    Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
    A mim mesmo e não encontro nada.
    Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
    Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
    Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
    Vejo os cães que também existem,
    E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
    E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

    Vivi, estudei, amei e até cri,
    E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
    Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
    E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
    (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
    Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
    E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

    Fiz de mim o que não soube
    E o que podia fazer de mim não o fiz.
    O dominó que vesti era errado.
    Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
    Quando quis tirar a máscara,
    Estava pegada à cara.
    Quando a tirei e me vi ao espelho,
    Já tinha envelhecido.
    Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
    Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
    Como um cão tolerado pela gerência
    Por ser inofensivo
    E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

    Essência musical dos meus versos inúteis,
    Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
    E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
    Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
    Como um tapete em que um bêbado tropeça
    Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

    Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
    Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
    E com o desconforto da alma mal-entendendo.
    Ele morrerá e eu morrerei.
    Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
    A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
    Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
    E a língua em que foram escritos os versos.
    Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
    Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
    Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

    Sempre uma coisa defronte da outra,
    Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
    Sempre o impossível tão estúpido como o real,
    Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
    Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

    Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
    E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
    Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
    E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

    Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
    E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
    Sigo o fumo como uma rota própria,
    E gozo, num momento sensitivo e competente,
    A libertação de todas as especulações
    E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

    Depois deito-me para trás na cadeira
    E continuo fumando.
    Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

    (Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
    Talvez fosse feliz.)
    Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
    O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
    Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
    (O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
    Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
    Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
    Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

    Fernando Pessoa

terça-feira, 24 de julho de 2012

Linda, linda, linda… uma dos momentos mais perfeitos da nossa música.

Ouço todas as versões de Palhaço e não tem jeito: Me emociono em todas…

Olivia Byington – Mais Clara, Mais Crua (Palhaço)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Essa música é de uma doçura sem igual…

Tinha uma fita k7 com ela gravada. Pois é, nem só de rock foi minha adolescência… Como eu amo essa junção entre música e poesia!

“Uma casinha qualquer
No colo da serra
Um palmo de terra
Pra se plantar

O colo de uma mulher
Uma companheira
Uma brasileira
Pra se amar

Se eu tiver que lutar
Vou é lutar por ela
Se eu tiver que morrer
Vou é morrer por ela

E se eu tiver que ser feliz
Você vai ter que ser feliz também!

Homens vieram da noite
Em gritos de guerra
Feriram a terra
O céu e o mar

Homens ficaram no chão
Mirando as estrelas
Mas sem poder vê-las
No céu brilhar

E o que mais prometer
Aos herdeiros da vida?
E que versos fazer
À mulher concebida?

E quando alguém morrer assim
Vai ser a morte para mim também!

E que versos fazer
À mulher concebida?
Se eu tiver que morrer
Vou morrer pela vida!

Se eu tiver que morrer
Vou morrer pela vida!”

Toquinho e Vinícius – “No Colo Da Serra”

domingo, 22 de julho de 2012

Em 2007 no Café Café Piu-Piu (!!!!!!)…

Devo – “Time Out For Fun”

Me arrepia…

Em 1985 o Dire Straits lançou um disco que marcou definitivamente minha trajetória musical. Comecei a tocar violão praticamente ao mesmo tempo em que me deliciava com essa obra de Mark Knopfler e compania. A música título até hoje me arrepia. Lembro da primeira vez em que vi este vídeo e de uma noite engraçada, maravilhosa e inesquecível em que essa música foi o carro chefe. Tocávamos esse álbum na escola, nas festas juninas do bairro… enfim, aquela capa azul com a guitarra fez muita gente pirar, aprender, amar, ser feliz e sonhar… sonhar…

PS: Lembro que pedi para minha prima, na época estudante e professora de inglês,  traduzir essa letra. Ela me enviou uma carta com a tradução. Sim, carta… com selo e tudo. Alguém ainda sabe o que é isso? Ano passado recebi algumas muito especiais…

Dire Straits – “Brothers in Arms”

sábado, 21 de julho de 2012

Ao Leitor

A tolice, o pecado, o logro, a mesquinhez
Habitam nosso corpo e o espírito viciam,
E adoráveis remorsos sempre nos saciam,
Como o mendigo exibe a sua sordidez.


Fiéis ao pecado, a contrição nos amordaça;
Impomos alto preço à infâmia confessada,
E alegres retornamos à lodosa estrada,
Na ilusão de que o pranto as nódoas nos desfaça.


Na almofada do mal é Satã Trismegisto
Quem docemente nosso espírito consola,
E o metal puro da vontade estão se evoca
Por obra deste sábio que age sem ser visto.


É o diabo que nos move e até nos manuseia!
Em tudo que repugna, uma jóia encontramos;
Dia após dia, para o Inferno caminhamos,
Sem medo algum, dentro da treva que nauseia.

Assim como um voraz devasso beija e suga
O seio murcho que lhe oferta uma vadia,
Furtamos ao acaso uma carícia esguia
Para espremê-la qual laranja que se enruga.


Espesso, a fervilhar, qual um milhão de helmintos,
Em nosso crânio um povo de demônios cresce,
E, ao respirarmos, aos pulmões a morte desce,
Rio invisível, com lamentos indistintos.


Se o veneno, a paixão, o estupro, a punhalada
Não bordaram ainda com desenhos finos
A trama vã de nossos míseros destinos,
É que nossa alma arriscou pouco ou quase nada.


Em meio às hienas, às serpentes, aos chacais,
Aos símios, escorpiões, abutres e panteras,
Aos monstros ululantes e às viscosas feras,
No lodaçal de nossos vício ancestrais,


Um há mais feio, mais iníquo, mais imundo!
Sem grandes gestos ou sequer lançar um grito,
Da Terra, por prazer, faria um só detrito
E num bocejo imenso engoliria o mundo;


É o Tédio! - O olhar esquivo à mínima emoção,
Com patíbulos sonha, ao cachimbo agarrado.
Tu o conheces, leitor, ao monstro delicado
- Hipócrita leitor, meu igual, meu irmão.

Charles Baudelaire. As Flores do Mal. Trad. Ivan Junqueira

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Os Três Mosqueteiros, o Livro e a Responsável

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lancamento livro cleriston 3

Respeito as opiniões, mas não gostar de um Blues tocado dessa maneira…

“But hey hey, to make it you've got to try

Baby, believe me that ain't no lie

Yeah, it's because some of this generation is millionaires

And I can't even keep decent clothes to wear”

Eric Clapton and Steve Winwood – “Double Trouble” live

Rasga o vão do Chão

“Se sentires dura a pena
Nesse curso em seu deserto
E entenderes dor tamanha
For demais pra o suplicante
Mergulhar em seu desvão
Se secar sua moringa
Em terra em que nada vinga
Carregues teu violão”

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Brevidade

Aut prodesse uolunt aut delectare poetae

Adoro essa Dupla!

Final de recesso assistindo a todos os episódios de Speedy Racer (Go Mifune).

Gorducho e Zequinha

... And Then There Were Three


Rondel

É noite, menino, ladrão de cetelhas!

Não há mais noites, e dias já não há;

Dorme… esperando chegar a vez daquelas

Que diziam: Claro! e diziam: Quiçá!

 

Escutas os passos vindos para cá?…

Oh, seus pés têm asas… – o Amor usa delas!

É noite, menino, ladrão de centelhas!

 

Escutas vozes?… não, na cova surda hás

De dormir, sob perpétuas amarelas;

E dos teus amigos-da-onça não virá

Nenhum, jogar pedras em tuas donzelas…

É noite, menino, ladrão de centelhas!

Tristan Corbière

John Lord (1941-2012)

Fiquei sabendo hoje, durante o ensaio do Plano B, que Jonathan Douglas “Jon” Lord faleceu nesta segunda-feira (16/07/2012). Sempre fui um fã declarado deste músico e sempre admirei sua técnica, criatividade e suas composições. Diferente de Blackmore (um exímio guitarrista, mas dono de um temperamento complicado), Lord fazia justiça ao sobrenome e foi um pioneiro na fusão do Rock com a música Clássica.

Por coincidência, Lord morreu no mesmo dia em que perdemos uma grande amiga de minha família, Dona Regina. Uma mulher de fé e um exemplo de vida. RIP Dona Regina! RIP John Lord!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Romeu e Julieta…

… foram encontrados mortos dentro de um quarto. Ao redor cacos de vidro e uma poça de água. O que aconteceu?

Nossa, quanto tempo desde a primeira vez que ouvi isso :-)

Renascimento

Renaissance – “Sounds of the Sea”

Alone in The Dark

Lembra dessa, Rogerio? Passávamos horas tentando desvendar os mistérios deste game.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Furou

Do Amor

o coração é um pavilhão de exposições
e em seus salões há obras raras
que acolhemos e criamos
quando nessa vida ousamos praticar
a grande arte que é amar
e sempre amar ...

e cada um, na arte do amor é curador
e a todos nós cabe a questão:
colecionar no coração
mágoas, rancores, ilusões
ou então guardar
beijos, suores na memória pra ficar ...

guarde-me, guarde-me
no salão dos teus grandes amores
amores vêm e com a vida eles se vão
e quando vão,
onde estarão no coração?

por isso guarde-me, guarde-me
na memória retinta das cores
que comporão belos de porvir
sempre o amor,
em novas telas a imprimir

no mesmo pulso imponderável,
o dom da arte
que ordena o caos profundo
da nossa existência
e faz de nós
exatamente o que nós somos
e, porque não,
o tom de telas recriadas

que tragam luz
pra iluminar as nossas almas
e as emoções
no arrepio das nossas peles
desbrutalize o coração do ser humano
pra gente amar, viver gozar e ser feliz.

Zé Modesto

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Que Deus continue lhe abençoando irmão




Valeu a pena a escolha e o esforço!

E obrigado pela sua ajuda, apoio e confiança. Não esquecerei disso, linda!

Minha Boêmia (Fantasia)


Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal;
Puxa vida! A sonhar amores destemidos!


O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.


Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti tal vinho
O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;


Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!

Arthur Rimbaud

domingo, 15 de julho de 2012

Lançamento do Livro do meu irmão Cleriston

convite1

Uma injeção de paz: Sam Yahel

O original já é maravilhoso. Imagine agora todo “Dark Side of The Moon” tocado e reinterpretado por um dos maiores organistas de Jazz contemporâneo!

Sam Yahel, Hammond B-3 organ
Mike Moreno, electric & acoustic guitars
Ari Hoenig, drums
Seamus Blake, tenor saxophone

 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Hoje é o dia Mundial do Rock e,…

… para comemorar, em vez de um Rock Clássico preferi postar uma música que marcou minha adolescência e agora estará no repertório do Plano B. Aguardem novidades :-)

 

Paralamas do Sucesso – “Romance Ideal”

Tocar Violão na Janela, Derrubar Vaso de Flor

quinta-feira, 12 de julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

For The Gypsies… and for Me!

Um grande músico, uma grande música. Steve consegue caminhar muito bem entre o pop, o rock, o prog e o jazz!

Steve Winwood – “Cigano” live in 2004

É hoje… será que conseguirei?

Raio de Sol

Da sombra da ilusão surge uma luz em volta
Segue tranqüila, corre em meu ser...
Ela me fala: "segue teu coração!"
E pela vida vai me guiar...
Guiar…
Liberdade, abre as portas do amor!
Liberdade, une as vidas num sonho só
Liberdade, cor do sol
Liberdade, cor do sol
Liberdade, vou voar
Liberdade, ilumina o meu caminho com cor
E luz pra enfrentar sombra e saudade
Raio de Sol... de Sol...

RVM

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Madre Teresa de Calcutá (1910-1997)

“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”

Em um documentário perguntaram para Madre Teresa por que Deus permitia que algumas pessoas (no caso se referindo as vítimas de Aids na África) sofressem tanto. Sua resposta foi:

“Porque eles são capazes de suportar isso, são fortes. Diferentes de pessoas como eu e você!”.

Esse momento hoje veio como um soco direto no meu rosto. Ao conversar com minha madrinha foi difícil conter as lágrimas… lágrimas de um fraco.

Magic and Jabbar

domingo, 8 de julho de 2012

Uma Terra sem amos, a Internacional!

Pela segunda vez no GYPF o “Hino dos Trabalhadores”. De pé famélicos da Terra!

Garotos Podres – “A Internacional”

Corra!

Pink Floyd – “Run Like Hell” ao vivo

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Janela

 

Tarde dominga tarde

pacificada como os atos definitivos.

Algumas folhas da amendoeira expiram em degradado vermelho.

Outras estão apenas nascendo,

verde polido onde a luz estala.

O tronco é o mesmo

e todas as folhas são a mesma antiga

folha

a brotar de seu fim

enquanto roazmente

a vida, sem contraste, me destrói.

 

Carlos Drummond de Andrade, Lição de Coisas, 1962

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Quem sabe, sabe! A luta continua…

Uma boa música para animar, afinal ainda não terminei a batalha!

Phil Collins – “West Side” live in Berlin

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Passei em Linguística…

… e me orgulho muito disso por sinal! Nem todos enchergam que o copo está meio cheio. Uma pena!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Eu Sou Eu

você reclama que eu estou tão diferente
você não sabe o que diz, é evidente
como é que pode, de repente, alguém ficar tão diferente
diferente de quê, como é que dá pra saber?
só eu que sei, eu que vivo
o tempo todo comigo
o tempo todo, não digo
mas o bastante pra me reconhecer

eu estou aqui pra provar
que eu sou eu
vim desfazer essa dúvida cruel
pois só de te mostrar que não sou outro
eu já me sinto outro, já valeu

você diz que eu já não sou mais aquele
passa por mim e pergunta "quem é ele?"
como é que pode alguém deixar de ser aquele que já foi
se quem já foi ainda é
enquanto vive ainda é
pode dizer o que quiser
mas se ta aí é porque é
nem é preciso ter fé
pois se tem corpo, cheiro, alma, voz, qualé

eu estou aqui pra provar
que eu sou eu
vim desfazer essa dúvida cruel
pois só de te mostrar que não sou outro
eu já me sinto outro, já valeu

mas mesmo eu que sou eu tive receio
se não sou eu, nem sou outro, estou no meio
como é que fica a minha imagem individual e social
apresentando-me assim, sou diferente de mim
mas sou eu mesmo no fim
isso não cola é ruim
quem é que crê nisso aí?
é preferível dizer
então esqueça

eu estou aqui pra provar
que eu sou eu
vim desfazer essa dúvida cruel
pois só de te mostrar que não sou outro
eu já me sinto outro, já valeu

Luiz Tatit

domingo, 1 de julho de 2012

Quem sabe faz ao vivo…

… e eu estava lá para ver isso!
“I believe that God is love, and that's enough
To keep the evil demon away
Don't say I don't matter at all I will stand or I'll fall,
You're the most important call that I make
When I face that verdict today
'Though it's Auto-da-Fe?,' I'll say it's really not
The End of the World”
Asia – “End of the World” ao vivo