Em
todos os jardins hei-de florir,
Em
todos beberei a lua cheia,
Quando
enfim no meu fim eu possuir
Todas
as praias onde o mar ondeia.
Um
dia serei eu o mar e a areia,
A
tudo quanto existe me hei-de unir,
E
o meu sangue arrasta em cada veia
Esse
abraço que um dia se há-de abrir.
Então
receberei no meu desejo
Todo
o fogo que habita na floresta
Conhecido
por mim como num beijo.
Então
serei o ritmo das paisagens,
A
secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens
Sofia de Melo
Breyner Andresen
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