domingo, 26 de outubro de 2014

II

A Grécia d’Arte, a estranha claridade 
D’aquela Grécia de beleza e graça, 
Passa, cantando, vai cantando e passa 
Dos teus olhos na eterna castidade. 

Toda a serena e altiva heroicidade 
Que foi dos gregos a imortal couraça, 
Aquele encanto e resplendor de raça 
Constelada de antiga majestade, 

Da Atenas flórea toda o viço louro, 
E as rosas e os mirtais e as pompas d’ouro, 
Odisséias e deuses e galeras... 

Na sonolência de uma lua aziaga, 
Tudo em saudade nos teus olhos vaga, 
Canta melancolias de outras eras!...


Cruz e Sousa

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