sexta-feira, 1 de maio de 2015

Canção Báquica (1825)

Que fez calar a alegre voz?
Ressoai, canções licenciosas! 
Bem-vindas, moças carinhosas 
E esposas tão jovens que amáveis a nós! 
As taças enchei sem tardança!
No vinho a espumar, 
No fundo, o jogar 
Vinde (e ouvi-las soar) cada aliança! 
Cada taça se erga, de vez seja finda! 
Bem-vindas, ó musas; Razão, sê bem-vinda! 
Astro sagrado, arde tu, sol! 
Como o lampião empalidece
Ao claro surgir do arrebol, 
Assim o saber falso hesita e esvanece 
Ante o imortal sol da Razão.
Bem-vindo sê tu, sol; vai-te negridão!

Alexander Púchkin  
Tradução de José Casado

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